Lobisomem - Projeto: Sasquatch

Um grupo independente que busca a verdade sobre os Garou...

Tudo começou com a investigação de um estranho assassinato na fronteira com o Canadá, em 1956. Uma garota, Paula Hudson, foi encontrada morta de maneira, digamos, diferente. Seu peito havia sido rasgado, e as marcas, pela largura e profundidade, pareciam ter sido feitas por golpes de machado. As costelas, sem exceção, haviam se quebrado, expondo o coração e pulmões rasgados. O ventre aberto permitia a visão dos intestinos, o que certamente não era nada agradável de se ver, especialmente porque o corpo havia sido achado por turistas que iam fazer um piquenique.

A situação comoveu a imprensa e a população de uma pequena cidade local, mas o caso não foi concluído por falta de provas. Algumas autoridades culparam os ursos pela morte da garota, e logo o caso caiu no esquecimento. Por mais que jovens agentes dentro do FBI tentassem localizar os arquivos, eles estavam presos dentro de uma maré de burocracia e entre milhares de outros casos arquivados. E assim continuou, até o dia 02 de setembro de 1971.

Jonathan Kingston era um agente de FBI bem-conceituado dentro do Departamento de Crimes Violentos, setor Nova Iorque. Era o auge de sua carreira, e sua última ação tinha detido um serial killer no Bronx, que vitimara 6 mulheres negras. Ele tinha só 33 anos, uma bela esposa e um filho adolescente. Mas ele sabia que a vida pacata que levava ia sofrer um choque, cedo ou tarde. E assim aconteceu.

Um massacre havia ocorrido numa discoteca. Segundo as descrições das testemunhas, um maníaco fantasiado usando um machado ou coisa do tipo havia entrado atrás de um casal mal-vestido. Ele não se conteve, e retalhou quem atrapalhava sua corrida. Cortes haviam degolado pessoas e arrancado membros, estripado e perfurado rapazes e moças com a idade de seu filho... O choque de ver os corpos foi pequeno ao descobrir que seu filho era uma das vítimas.

Alguns colegas de FBI disseram que Jonathan havia enlouquecido. Outros davam-lhe razão. Mas a avaliação psicológica feita por técnicos de Washington garantiu que Jonathan estava perturbado. Ele perdia horas e horas pesquisando casos semelhantes, correndo atrás de testemunhas e pistas. Ao saber de seu desligamento com o FBI, foi até a sede em Nova Iorque "limpar sua mesa" e levou cópias de todas as suas pesquisas, destruindo os originais. Jonathan pediu a um amigo biólogo, Dr. Rudger Bowell, que examinasse algumas amostras de pêlo encontradas na discoteca. Ele encontrou pêlo humano, fios sintéticos... E um material nunca antes encontrado. A pesquisa nos arquivos do FBI levou Jonathan até a fronteira com o Canadá, onde encontrou evidências sobre o assassinato de Paula Hudson pelo Sasquatch, como disse-lhe um caipira da região. Analisando o pêlo, o Dr. Bowell ficou cada vez mais interessado por aquela espécie tão incomum, e a busca de ambos pela existência daqueles seres gerou o Projeto: Sasquatch.

 

Vingança e conhecimento:

O Projeto: Sasquatch investiga a existência científica de lobisomens (ou metamorfos, como denominados pelo Dr. Bowell). Ele é comandado por Jonathan Kingston, ex-agente do FBI que teve seu filho assassinado por um Sasquatch. Esta organização age por debaixo dos panos, mas muitas pesquisas sobre lobos e investigações de assassinatos violentos vêm sendo acompanhados por homens do Projeto. Eles não têm nenhuma maneira especial de vestirem-se ou agir, o que dificulta a detecção de um agente do Projeto por um não-agente. Os agentes se reconhecem através de senhas ou pontos de encontro em comum.

O Projeto apresenta basicamente uma divisão interna entre os cientistas e os agentes de armas. A maioria dos associados não está sequer interessado na composição do DNA dos Garou, ou como eles conseguem metamorfosear-se, e sim nas ações passadas de alguns membros dessa raça. Não só Kingston teve uma tragédia familiar por causa dos Garou, e alguns desses "vingadores" estão afiliados ao Projeto. Já os cientistas respeitam a figura do Dr. Bowell, o primeiro homem a identificar o Homo sapiens mutantis, ou metamorfos. Eles querem saber mais sobre o organismo e estrutura genética dos Garou, assemelhando-se ao Laboratório ADN em alguns aspectos.

O Projeto está espalhado por toda a América, especialmente em NY e na fronteira com o Canadá. A ação do Projeto fora dos EUA ainda é restrita, mas expande-se rapidamente. Tudo indica que a ação do Projeto crescerá como nunca assim que a pesquisa do pêlo do metamorfo for concluída, o que está previsto para setembro de 1999, devido a uma fuga das cobaias.

 

O que o Projeto sabe:

Os dados do Projeto, embora já contem mais de 20 anos de pesquisas, ainda são poucos e inexatos. Uma divergência dentro do Projeto é em parte responsável pela falta de dados disponíveis a todos os agentes: Jonathan nunca escondeu seu desejo de revelar ao mundo a existência dessa raça diferente, mas Bowell teme pela extinção ou pela caça feroz aos metamorfos, o que acabaria com as possibilidades de estudo. Ele mantém dentro do círculo dos cientistas a maior parte da informação adquirida por ele, com medo da reação de Jonathan.

Os agentes do Projeto sabem de alguns fatos concretos, certos ou não: metamorfos existem; todos eles são feridos por prata; eles regeneram ferimentos não-causados por fogo ou prata; bem como existem metamorfos-lobo, metamorfos-corvo e metamorfos-coiote não são incomuns; eles andam em grupos e vestem-se como índios, o que pode indicar um parentesco da raça com os nativos americanos; e eles podem assumir a forma de lobo ou a forma humana, o que os torna realmente perigosos.

Os cientistas já estão mapeando as estruturas celulares dos metamorfos e descobrindo como funciona sua fantástica regeneração celular, mas ainda possuem poucas informações sobre os hábitos alimentares e reprodutivos da espécie.

 

O Projeto em sua Crônica:

Os agentes do Projeto são excelentes antagonistas para as crônicas de Lobisomem, misturando a procura pela verdade feita pelos cientistas do ADN e a caça empenhada pela Wyrm. É também uma ótima maneira de mostrar como os Garou não são os "bonzinhos" que aparentam ser (quem leu o Guia dos Jogadores sabe do que estou falando). O agente do Projeto ganha Armas de Fogo e Contatos em nível 2 na criação do personagem. Ele é construído usando 6/4/3 para os Atributos, 11/7/4 para as Habilidades e 5 pontos em Antecedentes. Eles podem possuir qualquer Númina, bem como Qualidades e Defeitos permitidos para humanos. Se você possui as regras de criação de personagens humanos do Guia do Jogador de Vampiro ou do suplemento Caçadores Caçados, distribua 7 pontos em Virtudes. Os agentes têm 21 pontos de bônus.

Os cientistas do Projeto começam com Ciência e Contatos 2 na criação do personagem. Eles são construídos da mesma forma que os agentes, usando as regras do Storyteller para a criação de personagens humanos. Todos os membros do Projeto, agentes ou cientistas, podem pagar 3 pontos de bônus para possuir uma Qualidade especial: Imunidade ao Delírio, custo 3: os Garou não causam Delírio no personagem graças a uma droga especial, a hipo-adrenalina, que reduz as batidas cardíacas e impede os efeitos do Delírio.

 

A reação das Tribos:

Os Garou já estão cientes das ações do Projeto há muito tempo, mas preferem manter-se afastados de uma ação mais violenta. A morte da garota Paula Hudson e do filho de Jonathan Kingston foram alguns dos vários acidentes na guerra contra a Wyrm, que segundo os mesmos Garou, já vitimaram 10 Garou para cada humano morto dessa forma. A Tribo mais preocupada com o avanço do Projeto é a Tribo dos Andarilhos do Asfalto, vítimas potenciais das ações desse grupo. Os Andarilhos buscam aliados entre os Garras Vermelhas para atacarem de forma final o Projeto, enquanto os Filhos de Gaia tentam resolver o impasse garantindo que nenhum Garou chame a atenção do grupo. Alguns Nuwisha sabem muito sobre os métodos do Projeto, e seriam uma excelente ajuda para os Garou. Pena que os Garou nunca dão ouvidos aos Nuwisha...

 

Marcelo Sarsur

 

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