Tagmar - Elfos Negros

A pele escura como a noite e os cabelos alvos como a lua marcam sua feição intimidadora e fascinante. Por isso, chamam a si mesmos de Elfos Negros. Sua origem está intimamente ligada ao grupo mais nobre dos Elfos, os raríssimos Elfos da Luz.

No mundo de Tagmar, existem apenas cinco elfos negros. Sua existência é praticamente secreta e não mais de uma dezena de pessoas os conhecem. Vivem nos Montes Palomares, mais especificamente no Castelo de Ponte Alta. Seu líder, o sacerdote Narbeleth, tomou conta do castelo após a morte de Arnil Espada Vermelha na mão de um grupo de aventureiros.

Narbeleth é o primeiro dos elfos negros, e serve a Cirith, a sétima príncipe-demônio. Há anos atrás, quando ele era conhecido por Elgahad entre os elfos e Adam Bomb entre os humanos, Narbeleth era apenas um elfo de grande prestígio. Sacerdote de Cruine, vivia em Ludgrim com seu pai. Diziam que ele era meio-elfo, mas o sangue humano havia se dissolvido e anulado pela nobreza de seu sangue élfico. Seu pai era conhecido como Seymour. Narbeleth, ainda conhecido como Adam, levou uma vida normal em suas meditações religiosas até que seu pai se uniu a um grupo de aventureiros para escoltar uma senhorita da região ao seu casamento. O grupo descobriu a presença de orcos na região, mas felizmente chegaram ao casamento, celebrado por Adam, sãos e salvos. Entretanto, durante sua batalha com os orcos, os aventureiros se depararam com um Zumbi Consciente. Sabendo que este tipo de criatura só aparece em regiões de alta concentração demoníaca, pediram auxílio a Adam, que imediatamente comunicou o fato aos seus superiores. Depois do casamento, a pedido de seu pai, Adam se uniu ao grupo. Escoltaram durante algum tempo um famoso comerciante até a região da Fronteira. Lá, realizaram façanhas e se tornaram famosos. Invadiram o castelo de Ponte Alta e derrotaram Arnil Espada Vermelha. Quatro companheiros de Adam morreram durante as aventuras. Seu pai começava a ter encontros com pessoas estranhas. Foi então que Adam descobriu que Seymour havia traído os elfos e se tornado um necromante. A dor foi mais forte que o valor. Adam não deixou em momento algum de apoiar e proteger o pai. E essa fidelidade lhe custou muito caro. Adam Bomb perdeu seus poderes como sacerdote de Cruine. Seu deus não podia aceitar que ele fosse conivente com a existência de mortos-vivos, que quebravam a harmonia do ciclo da vida e da morte. E Adam se revoltou. Aproximou-se cada vez mais das posições do pai.

E foi então que veio a maior dor de sua vida. Seymour foi preso como necromante, e seria queimado numa estaca. Antes que Adam pudesse impedir a execução, Seymour tirou a própria vida na prisão. As aventuras prosseguiram. Dois elfos dourados, Randal e Valmon, tentaram consolá-lo e ajudá-lo a recuperar sua fé e sua vida. Meses depois, o grupo voltou à Ponte Alta e derrotou o novo senhor do castelo, um Espectro Maior. E então Adam encontrou um cadáver cercado de tesouros. Um penetrante cadáver. Um cadáver que lhe propôs dividir o poder sobre a vida e a morte e torná-lo o Senhor do Castelo de Ponte Alta e de seus mortos-vivos. E Narbeleth aceitou. Randal e os outros se retiraram, pesados.

E a ira de Cruine se abateu sobre seu ex-sacerdote. O deus da vida e da morte amaldiçoou o Senhor de Ponte Alta: sua pele se tornaria negra como seu coração e ela jamais poderia sentir a luz do sol por mais que alguns dias. Palier se enfureceu com Cruine por este ter amaldiçoado um filho seu. Se não fosse pela mediação de Maira, o primeiro elfo negro teria causado muita destruição nos planos celestiais.

Mas o poder de Narbeleth se ampliava: rapidamente ele dominou os objetos mágicos do antigo necromante que lhe havia feito a proposta e conquistou, sozinho, o domínio do castelo. E então partiu para passos mais largos: pesquisou a concentração de magia detectada por Tusto Malfi e descobriu que era... Verdadeira! Havia numa região desconhecida até mesmo pelos Volores, um vale escuro entre as montanhas, uma concentração gigantesca de magia... Negra. E então Narbeleth descobriu um amuleto que lhe possibilitou imenso poder mágico. O Amuleto de Cirith. E se tornou um sacerdote dessa príncipe-demônio, com poderes muito mais amplos do que quando sevia a Cruine, afinal Cirith tem um pequeno número de seguidores e quase não possui sacerdotes, por ser uma príncipe-demônio que foi humilhada por Palier na Guerra da Seita. Poder... Magia e Conhecimento. Através do amuleto, o primeiro elfo negro pôde conhecer inacreditáveis histórias sobre os elfos no Segundo Ciclo. E soube sobre si mesmo (Nota: essa é uma história longa que criei sobre os elfos de Tagmar e contarei em outra oportunidade).

Mas as pesquisas de Verrogar e Filanti sobre a magia na região eram perigosas. Narbeleth encontrou indícios de dois poderosos artefatos élficos naquela região, que não poderiam cair nas mãos de outros. E então Tusto Malfi morreu misteriosamente, e as expedições de Verrogar passaram a encontrar mortos-vivos cada vez mais freqüentemente.

Depois de desenvolver sua magia, Narbeleth conseguiu que outros quatro elfos resolvessem se unir a ele. Através do poder de Cirith, os transformou em elfos negros. O mais importante deles é Dylander, o segundo sacerdote de Cirith. Dylander e Narbeleth conseguiram se apossar dos dois artefatos élficos, aumentando consideravelmente seu poder. Após uma complicada batalha contra um vampiro chamado Avinar, batalha na qual os Elfos Negros se uniram aos Elfos da Luz (Nota: mais detalhes em outra oportunidade), os senhores de Ponte Alta ambicionam expandir suas fileiras e seus domínios. E não será fácil impedí-los...

 

Sociedade dos Elfos Negros

A sociedade dos elfos negros em Tagmar ainda está em formação. O indivíduo mais importante no momento é o primeiro Elfo Negro, Narbeleth.

Os elfos florestais e dourados costumam usar dois nomes. Um que serve para apresentar o elfo a todos, e outro, usado somente entre as pessoas mais íntimas e quase nunca revelado. O primeiro elfo negro, desrespeitando essa tradição se apresenta a todos com seu nome íntimo: Narbeleth. Seu primeiro nome é Elgahad.

 

Os Elfos Negros e as outras raças

Obviamente, há ódio mútuo entre os elfos negros (que se consideram incompreendidos pelos outros elfos) e os poucos elfos florestais e dourados que sabem de sua existência (e consideram os elfos negros traidores). Entre estes estão Minuial Estel, herdeiro do trono de Lar; Glantie, Rei de Âmien e Leander, um poderoso e famoso bardo que vive nas Cidades-Estado. O próprio Palier já vê sua existência como uma afronta. Não é preciso falar também de Cruine. Os elfos negros consideram que os outros elfos foram aprisionados pelos dogmas de Palier, e que é uma grande tolice a proibição de qualquer tipo de magia. Para os elfos negros, pouco importa de onde é retirada a energia para a realização das magias, não faz diferença se é dos planos celestiais ou demoníacos, o mais importante é o efeito, não a causa.

Elgahad já realizou alguns ataques à vilas élficas, especialmente à vila de Oldar, localizada na Floresta de Gironde, matando vários elfos. Entretanto, abandonou, ao menos por enquanto, sua postura ofensiva, acatando apelo de Dylander. Todavia, seu ódio é latente e ele só precisa de um ensejo para um ataque. Os anões e humanos desconhecem a existência dos elfos negros. Entretanto, Dylander é bastante intolerante com humanos, raça que considera tola e inconseqüente. Elgahad já pensou em escravizar raças selvagens como orcos, mas desistiu pois teria pouca defesa no caso de uma revolta. Mas já contratou tribos de orcos mercenários próximas aos Palomares para realizar serviços simples e impedir a entrada de expedições de Verrogar e Filanti, principalmente.

Dylander costuma ir à superfície freqüentemente, utilizando-se de seus poderes de ilusão para parecer um elfo comum e da magia Escuridão nas situações de emergência.

 

Especificidades

Os Elfos Negros são em geral muito ambiciosos e de má índole. Só conhecem a lealdade entre si, e mesmo essa pode ser quebrada em nome de interesses pessoais. Seu ciclo de vida é idêntico ao dos outros elfos. São magicamente ativos e sedentos de conhecimento como os elfos dourados, mas não têm seu carisma.

Todos os elfos negros possuem alguns poderes especiais, vindos de sua comunhão com Cirith. São eles: Escuridão 1 (2 vezes por dia); Visão Noturna 2 (permanente). E possuem também desvantagens especiais, provenientes da maldição de Cruine: são vulneráveis à luz natural e mágica. Essas luzes provocam um redutor de –3 na Agilidade, ataques, Defesa e Resistência à Magia; os oponentes ganham um bônus de +3 para resistir a magias lançadas por um elfo negro nessas condições. Quando permanecem mais de uma hora sob a luz do sol ou mágica, seus poderes especiais são anulados e eles começam a perder 1 ponto de EF a cada duas horas. Quando a EF chega a zero, o elfo negro morre, vítima da maldição de Cruine. Os pontos perdidos são recuperados na ordem de 1 ponto por semana (a não ser que seja por cura mágica).

Obviamente, essas regras só incluem o uso dos elfos negros como Personagens não-jogadores. Não seria impossível um elfo negro de boa índole. Mas seria raríssimo. Os sacerdotes de Cirith escolhem suas magias diretamente nas listas da Ordem Espiritual e do Colégio Necromântico, estando excluídas as magias Apelo, Contatos, Ordens, Ressurreição, Sagração de Itens, Solo Sagrado e Manipulação de Luz.

Obs: Para os que não leram A Fronteira, O Castelo de Ponte Alta e Os Montes Palomares ficam no território de Verrogar. Sugestões e pedidos, é só enviar um e-mail.

 

Fernando Couto Garcia

 

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